No próximo sábado realiza-se mais um acto eleitoral do Sport Lisboa e Benfica, não tenho dúvidas de que será o mais participado da história do clube. Pela primeira vez iremos ter 6 candidatos a eleições. Não creio que, como o actual presidente diz, seja porque o clube está apetecível, pelo contrário. Estamos em crise de resultados, a uns deslizes desportivos de passarmos por uma crise financeira e ainda não recuperámos da crise de valores criada no tempo do Outro Senhor.
Este acto eleitoral foi marcado por uma inesperada polémica, a do voto electrónico, sobretudo devido a dois candidatos (Cristóvão Carvalho e Martim Mayer) mal preparados e desconhecedores do Sport Lisboa e Benfica e dos seus estatutos, mas também por causa das artimanhas do presidente da Mesa da Assembleia Geral (em conluio com a direcção e lista da qual faz parte). Este frequentemente insistiu no mesmo ponto (já rejeitado), lançou comunicações com uma orientação inversa ao que está escrito estatutariamente e não preparou a possibbilidade de voto por correspondência.
Nesta senda de sucessivas discussões sobre o voto electrónico parece que poucos conseguem distinguir entre voto electrónico e voto online. O voto electrónico é o efectuado em locais de voto em máquinas instaladas para o efeito, o voto online é o efectuado através de internet com senhas enviadas para os sócios no estrangeiro e Regiões Autónomas portuguesas. Foram usados no SL Benfica o voto electrónico e voto online pela primeira em 2006, ano em que foi possível votar pela primeira vez fora de Lisboa, tendo sido possível votar em 5 locais espalhados pelo país. Até 2016 desenrolou-se assim em todos os actos eleitorais do Sport Lisboa e Benfica, variando apenas um ou outro local de voto.
Em 2020 e 2021 pode-se votar em 24 locais de voto em Portugal Continental, tendo o voto electrónico depósito em urna. O voto em urna foi pedido para que se pudesse verificar que os resultados do voto electrónico eram anunciados correctamente. Algo que só se aplicaria ao voto electrónico e não ao online.
Convocatórias dos actos eleitorais do Sport Lisboa e Benfica disponíveis online:
A polémica da (não) contagem dos votos nas eleições de 2020 levou a que na revisão estatutária deste ano se regulasse que o voto electrónico apenas é utilizado quando todas as listas concordam com a sua utilização, tendo este que ter sempre depósito em urna e contagem dos votos. Não está contemplado o voto online, nem sequer o voto por correspondência (parecendo-me que este não seria problemático para os candidatos).
Desde o início duas listas rejeitaram o voto electrónico - a de João Noronha Lopes e a de João Leite (candidato à MAG).
Os candidatos Cristóvão Carvalho e Martim Mayer têm insistido frequentemente no ponto do voto electrónico. Ainda esta semana Martim Mayer lançou este comunicado no seu site de campanha:
Onde se pode ler:
Impedir benfiquistas de exercer o seu direito, depois de décadas de participação ativa, é um erro grave e um sinal de afastamento da realidade do clube. O Benfica é universal, e universais devem ser os seus direitos.
Este ponto da universalidade do voto já tinha sido levantado na última Assembleia Geral por Martim Mayer.
Ora, desde a fundação até 2006 houve 19 actos eleitorais com mais que um candidato, nesses 19 actos eleitorais apenas se pôde votar em Lisboa (na sede na Rua do Jardim do Regedor ou no Estádio do Sport Lisboa e Benfica). Nos 4 actos eleitorais entre 2006 e 2016 (dois deles apenas com o Outro Senhor como candidato) os sócios de Portugal Continental apenas tiveram 5 locais onde pudessem votar. Em 2020 e 2021 os sócios de Portugal Continental apenas tiveram 24 locais onde pudessem votar. Nas eleições de 2025 existem 80 locais de voto em Portugal Continental, 3 nas Regiões Autónomas portuguesas e 25 no estrangeiro. Nas eleições de 2021 votaram cerca de 4500 sócios online, dos quais muitos continuarão a poder votar.
A maioria dos sócios do Sport Lisboa e Benfica vive em Portugal Continental e estes nunca puderam votar sentados no sofá. Até já tiveram que ir de todo o país a Lisboa para votar. Ainda hoje muitos têm de fazer alguns quilómetros para poder votar, todos têm de se deslocar. A universalidade do voto no Sport Lisboa e Benfica nunca esteve em causa, nem antes de 2006 e muito menos agora que vai ser o acto eleitoral mais disponível para a maioria dos sócios.
Gostaria que o candidato Martim Mayer me dissesse se as eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica em 1969 foram ou não universais, pois só se pôde votar em Lisboa.
No sábado, faça chuva ou faça sol, lá estarão milhares de Benfiquistas a exercer o seu direito de voto, em números como nunca se viram. Vamos derrubar a Primavera Costista nas urnas!