terça-feira, 27 de novembro de 2012

Vacas gordas

Notícia do Jornal A Bola:

"A Pluri Consultoria, empresa brasileira, divulgou esta terça-feira uma lista com os 30 treinadores mais bem pagos do Mundo.


(..)  Jorge Jesus que segundo o estudo aufere 4 milhões anuais no Benfica, o que lhe permite ocupar o 15.º lugar deste ranking.

Conheça a lista:

Nome Clube/Seleção Salário

José Mourinho (Real Madrid) 15,3 milhões de euros
Carlo Ancelotti (PSG) 13,5
Marcelo Lippi (Guangzhou Evergrande) 10
Alex Ferguson (Manchester United) 9,4
Arsène Wenger (Arsenal) 9,3
Guus Hiddink (Anzhi) 8,3
Fabio Capello (Rússia) 7,8
Tito Vilanova (Barcelona) 7
José Antonio Camacho (China) 5,9 
Roberto Mancini (Manchester City) 5,9 
Frank Rijkaard (Arábia Saudita) 5,3 
Jupp Heynckes (Bayern Munique) 5,2 
André Villas Boas (Tottenham) 4,5 
Harry Redknapp (Queens Park Rangers) 4
Jorge Jesus (Benfica) 4"

Numa semana em que falou da sorte do FC Porto em Braga, Jorge Jesus também pode dizer que tem uma grande vaca! É treinador de futebol em Portugal, esteve 2 épocas sem ganhar o campeonato e ganha cerca de 285 000 € por mês numa época de crise, num país em crise. Nem o treinador da Juventus FC, campeã de Itália, ou qualquer outro treinador dos grandes de Itália ganha tanto. Parece que no SL Benfica - ao contrário do que o presidente diz - se vive em tempo de vacas gordas; fico sem perceber como não conseguimos contratar o Falcao.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A sorte de Jesus e o apito (mudo) de Xistra


Ontem encontraram-se os dois adversários diretos do Benfica na luta pelo título, sendo que, o mais perigoso, em todos os sentidos, acabou por ganhar o jogo. Mais perigoso porque tinha mais pontos à partida, porque é o campeão nacional, porque tem melhor equipa e porque, claramente, controla a arbitragem em seu absoluto favor.

O jogo foi bem disputado embora muito tático e com poucos riscos assumidos pelas equipas. O Porto esteve muito superior durante os primeiros 15 minutos, tendo tido a possibilidade de marcar por mais do que uma vez nesse período, mas o Braga acabou por conseguir equilibrar a posse de bola e o controlo dos espaços, principalmente no centro do meio campo, nos restantes 30 minutos da primeira parte. Na segunda parte, o jogo manteve-se equilibrado com um ligeiro ascendente do Braga, não no domínio territorial nem na posse de bola mas nas ocasiões de golo. Neste período Beto foi pouco mais do que um espetador enquanto Helton teve que se aprimorar em três ou quatro situações.

A questão da sorte

Jorge Jesus tentou provocar os portistas quando, um ou dois dias antes, disse que as últimas idas do Porto a Braga tinham resultado em alguma sorte para os visitantes. Verdade mal digerida por Vítor Pereira que veio a verificar-se novamente. O golo de James Rodriguez é um monumento a essa mesma sorte, ainda para mais a um minuto do fim do jogo! Ouvir o Freitas Lobo, na Sporttv, a teorizar sobre os resultados positivos do rearranjo tático do meio campo portista promovido por Vítor Pereira na segunda parte foi ridículo tendo em conta que o golo é absolutamente fortuito e que os jogadores do Braga estavam bem posicionados nesse lance, já para não dizer que o Porto foi quase inofensivo na segunda parte e, mais ainda, à medida que o jogo caminhava para o seu fim. Se o milagre não se tivesse dado ouviríamos o mesmo Freitas Lobo a falar sobre a inoperância e ineficácia das alterações do Porto! Enfim, o habitual.

Xistrada

A sorte faz parte do jogo e aparece umas vezes a uns e outras a outros. Dela ninguém se pode queixar por ser aleatória, já do Xistra...
Como que a prever a dificuldade do Porto conseguir ganhar o jogo de forma limpa, foi nomeado um dos habituês da vergonha, um doutorado em corrupção passiva, um arbitro português, portanto! Xistra cumpriu, senão vejamos:
  • Depois do pressing inicial do Porto, num dos primeiros lances de perigo do Braga, aos 20 minutos da primeira parte Alan recebe uma bola alta cruzada e remata à baliza. Pelo caminho, Alex Sandro decide levantar os braços bem alto e nisto a bola embate-lhe no cotovelo. O lance é claro, o árbitro tem visibilidade e o auxiliar está no enfiamento da jogada. Não marcaram penalti porque não quiseram porque viram e disso não há dúvida alguma. Vejam o lance aqui.
  • No início da segunda parte, Leandro Salino passa por Mangala pelo lado direito não tendo outro defesa do Porto nas imediações. Mangala fez pela vida e agarrou de forma clara Salino. Xistra viu, assinalou mas deixou o amarelo no bolso não vá o defesa ter que fazer outra igual nos 45 minutos de jogo que ainda faltavam. Houve lances idênticos após este embora nenhum tão grave mas nesses saíram amarelos, nomeadamente a bracarenses.
  • A meio da segunda parte, aos 66 minutos, foi a vez de Lucho derrubar Eder dentro da área. Mais uma vez o lance é claro, Xistra está bem posicionado, viu e decidiu não marcar. Não convinha porque a cerca de 25 minutos do fim do jogo poderia fazer mossa!

E é isto que temos, uma boa equipa, sem dúvida, mas que joga com trunfos extra. Prevejo mais uma época de grande sofrimento para o Benfica e depois vêm os mesmo do costume dizer que está tudo mal na Luz. Não se esqueçam da forma como perdemos os únicos pontos que perdemos até aqui (Braga em casa e Académica fora), com Xistradas idênticas. E não se esqueçam, também, da forma como o Porto ganha os seus jogos, como este. Na época passada foi exatamente isto que se passou do início ao fim e acabou com os corruptos campeões e o Jesus e o Vieira como maus da fita e incompetentes! A meu ver, não é bem assim.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Liga dos Campeões à porta



À primeira vista qualquer pessoa diria que o Benfica está em maus lençóis. Muitos comentadores o disseram. Não me parece que a situação seja assim tão dramática, ainda assim, agrada-me que a equipa esteja sob pressão, talvez assim o nível de futebol praticado seja o melhor e os resultados apareçam naturalmente.

Faltando três jornadas para o fim desta fase de grupos, o ponto (único) que o Benfica tem poderá ser a diferença que nos dará a qualificação. Já todos percebemos que o Barça está a um nível superior tendo já ganho o jogo mais difícil dos seis, fora com o segundo cabeça de série, o Benfica. Deste modo, o mais provável é que o Barça ganhe os jogos que faltam, fazendo o pleno.

Mas se pensarmos apenas nas próximas duas jornadas, diria que o Benfica está obrigado a ganhar os jogos na Luz contra Spartak e Celtic. Mais do que obrigado, é favorito para esses jogos. Se pensarmos que o Barça ganhará também os próximos dois jogos, sendo isso o mais provável, teremos então o Barça na frente com 15 pontos seguido do Benfica com 7, Celtic com 4 e Spartak com 3 à entrada para a última jornada. Desta forma, independentemente dos resultados de Barcelona e de Glasgow, o Benfica qualifica-se sempre.

Eu espero, então, que o Benfica cumpra o seu papel e que os resultados mais prováveis aconteçam nos restantes jogos.

Não quero com isto branquear o que se passou em Moscovo. Se o nosso treinador tivesse tido, nesse jogo, a mesma prudência que teve em Glasgow, na primeira jornada, estaríamos agora com um pé e meio na próxima fase da Liga dos Campeões. O empate bastaria. Mas o que temos é isto e continuo convicto que a pressão maior está do lado dos russos e dos escoceses. Veremos!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Júlio Cosme Damião

O nosso mais antigo associado é hoje aniversariante. Por me ter "dado" o Benfica, agradeço-lhe profundamente.
Para a comemoração dos 127 do nascimento do nosso grande fundador, nosso por ter fundado o benfiquismo e não "apenas" o Benfica, o site do SLB publica, hoje, o seguinte texto:

Cosme Damião nasceu a 2 de Novembro de 1885 na cidade de Lisboa, ou seja, se hoje fosse vivo, comemoraria 127 anos! Após estudante na Real Casa Pia de Lisboa, onde se interessou pelo Futebol, foi um dos 24 fundadores do nosso Clube (1904).

Não foi presidente, mas é a principal figura da história do Benfica. Durante 22 anos, entre a fundação e 1926, foi o principal impulsionador do Clube, a sua alma, acompanhando-o diariamente. Teve um percurso notável na instituição: fundador, jogador, capitão, treinador, secretário, vice-presidente e presidente da Mesa da Assembleia Geral. Foi o seu esforço, exemplo, tenacidade, espírito de iniciativa, orientação e entusiasmo que fizeram do Sport Lisboa e Benfica um grande Clube, o maior e mais popular de todos os clubes nacionais.

Na temporada de 2004/05, em 19 de Fevereiro de 1905, inicia a carreira como futebolista e aos vinte anos estreia-se na equipa principal do Clube, no jogo frente ao Lisbon Cricket Club, para o Torneio Interclubes Viúva Sena. No Benfica, esteve sempre ao mais alto nível, nas nove temporadas consecutivas entre 1907/08 e 1915/16, participando em todos os encontros realizados pela equipa (155), um recorde na história benfiquista.

Sendo um futebolista com amplos recursos físicos e técnicos, distinguiu-se como um dos melhores jogadores da década de 10. Conhecia todos os segredos do Futebol, pois era um exímio observador, frequentando os campos com regularidade para observar futebolistas e equipas. Tratava-se de um cavalheiro ao serviço do Futebol. Em 1911, fez a sua estreia internacional da nossa equipa frente aos gauleses do Stade Bordelais Université Club e fez parte da primeira selecção de futebolistas portugueses a deslocar-se ao Brasil, em 1913.

Adeus aos relvados
Aos trinta anos, despediu-se como futebolista, na recepção ao RC Fortuna de Vigo, dia 26 de Fevereiro de 1916. Uma despedida preparada, pois Cosme Damião não deixava nada ao improviso, tendo já um valoroso substituto para o seu lugar. Após deixar de jogar Futebol, manteve-se como “Capitão Geral”, ou seja, continuou a seleccionar e treinar futebolistas e a organizar e orientar as nossas equipas, de Futebol e também nas outras modalidades, durante mais de uma década. A 6 de Setembro de 1931 é eleito presidente da Mesa de Assembleia Geral, sendo sucessivamente reeleito para os Órgãos Sociais em 1932, 1933 e 1934.

Recebeu a Águia de Ouro do “Glorioso”, distinção concedida na Assembleia Geral, em 1935. Nove anos depois, o Jornal “O Benfica” homenageou os pioneiros do Clube, onde também esteve presente. Já combatido pela doença que o minava, faleceu três anos depois, na vila de Sintra, em 12 de Junho de 1947, aos 61 anos.

Cosme Damião legou-nos um Clube sem igual, o que faz com que as gerações benfiquistas seguintes o engrandeçam cada vez mais, de forma a honrar a sua memória.

Nota: Artigo publicado na edição desta sexta-feira, dia 2, do Jornal “O Benfica”

A publicação original pode ser consultada aqui