quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FIBA EuroChalenge 2010/11 - 2ª e 3ª jornadas

Depois de ter assistido, nas duas últimas terças-feiras, aos dois jogos que a equipa de basquetebol do SL Benfica disputou em casa na FIFA EuroChallenge, venho analisar o rendimento da equipa.

Concluo que este ano a equipa não está tão forte quanto no ano passado. E qual é a principal diferença? João Santos. Não existe um substituto para a sua função na equipa - extremo com bom jogo exterior. Mas esta não é a minha única preocupação para esta época. A equipa tem uma média de idades alta, o que se pode fazer sentir na fase decisiva da Liga. Não existem muitas soluções no banco de suplentes, é demasiado notória a diferença de qualidade entre os jogadores mais utilizados e os outros.

Esta época o SL Benfica voltou às competições europeias - o que prezo - e para o fazer é porque, claramente, está apostado em fazer boa figura. Logo, a carga de jogos importantes aumentou, sendo descurados os jogos da fase regular da Liga nacional - o que já vem sendo notório na abordagem a alguns dos últimos desafios, onde o empenho dos jogadores foi mais comedido que o habitual. Como tal, vai ser muito difícil conseguir o primeiro lugar da fase regular, perdendo a vantagem do factor casa na final do play-off, isto perante uma equipa do FC Porto mais forte que qualquer adversário dos últimos anos.

Em relação à forma de jogar, a equipa está a prolongar demasiado os ataques, levando-os quase até ao último segundo, procurando então soluções desesperadas. Esta lentidão mostra alguma falta de criatividade atacante. Tem faltado, em alguns momentos, agressividade na defesa, o que aliado a períodos de desconcentração tem permitido muitos ataques fáceis aos adversários. A equipa tem passado, em todos os jogos a que tenho assistido, por períodos de adormecimento, levando a ter que passar por grandes esforços na sua parte final para vencer os oponentes.

89-84 Lugano Basket
(18-22; 20-25; 27-17; 24-20)
A chave para a dificuldade desta partida terá sido a acumulação de faltas (bastante duvidosas) por parte de Heshimu Evans. Quando este mostrava ser um jogador decisivo na manobra defensiva da equipa, foi punido com duas faltas nos primeiros minutos, sendo naturalmente substituído, voltou a entrar no terceiro período e enquanto empurrava a equipa para o equilíbrio no resultado foi punido com mais duas faltas, saiu outra vez. Só voltou a entrar na parte final do jogo quando já não valia a pena protegê-lo da exclusão.

A equipa suíça não precisou de mostrar muita criatividade ou sequer qualidade de jogo para se adiantar no marcador. Enquanto o SL Benfica perdia tempo sem procurar soluções no ataque o adversário concretizava ataques rápidos sem uma oposição defensiva concentrada. O Lugano no início do jogo apostou muito e com sucesso no jogo exterior. Chegando a dispor de uma vantagem de 14 pontos durante o segundo período.


A vitória do SL Benfica deveu-se sobretudo aos períodos em que Heshimu Evans esteve em campo e à pontaria de Sérgio Ramos e Ben Reed, que conseguiram ir contrariando a falta de soluções atacantes. Greg Jenkins, apesar de ter sido com Ben Reed o melhor marcador do encontro (22 pontos), mostrou-se muito perdulário em lançamentos de meia distância, mesmo sem oposição a pontaria não estava afinada, compensou como é hábito na luta debaixo das tabelas.

80-74 Tartu Rock
(23-17; 23-17; 21-22; 13-18)
No início do jogo poder-se-ia prever uma noite mais descansada para o SL Benfica. Começou mais concentrado que no jogo anterior e o adversário estava com problemas na finalização, falhando muitos lançamentos. Desta forma o Benfica adiantou-se no marcador de forma que parecia irrecuperável para os estónios. A vantagem era de 12 pontos ao intervalo e chegou a ser de 15 pontos já durante o quarto período. Mas...

Mais uma vez a equipa adormeceu, as perdas de bola desastrosas na defesa e o prolongamento de ataques sem lançamento, ou lançamentos desesperados, levou a que se passasse de uma vantagem de 15 pontos para desvantagem de um ponto sem que se convertesse um único lançamento. A 2 minutos e 53 segundos do final o Tartu passou para a frente (72-71) mas só voltou a marcar no último segundo do jogo.


Neste jogo destaco a importância de Cordell Henry que já mostrou estar entrosado com a equipa e fez-se valer do seu jogo exterior para sobressair, foi também o principal organizador do jogo atacante do SL Benfica. Mas quem mais contribuiu para a vitória foi Greg Jenkins, que apesar de continuar a mostrar lacunas ao nível do lançamento, ganhou o jogo debaixo das tabelas e já durante o último minuto do desafio fez um desarme de lançamento, um ressalto ofensivo (decisivo) e um ressalto defensivo. Heshimu Evans continuou a mostrar-se capaz de penetrar pela defesa adversária, um aspecto em que Sérgio Ramos não esteve tão bem, ao contrário do que é seu hábito.


De notar que nos dois jogos apenas 3 jogadores - Sérgio Ramos (7), Cordell Henry (6) e Ben Reed (5) - conseguiram concretizar lançamentos triplos; 10 contra o Lugano e 8 contra o Tartu. (Havendo apenas mais 4 tentativas por 3 jogadores.)

Depois do que vi nestes dois jogos creio que o Benfica tem qualidade suficiente para se qualificar para a fase seguinte da competição. Apesar dos resultados equilibrados em casa, a equipa mostrou ser melhor que os adversários, podendo naturalmente ganhar em casa de qualquer deles. A equipa suíça é a que poderá apresentar maiores dificuldades ao SL Benfica, mas se o Benfica apresentar uma defesa mais aguerrida que em Lisboa terá boas condições para vencer.

1 comentário:

  1. A falta de um lançador exterior é notória desde o início de época.

    A saída do João Santos não foi colmatada.

    Espero que o Carlos Lisboa esteja a tratar dessa situação.

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