Não sei como nem quando me tornei Benfiquista, sempre o fui, nunca pensei realmente nisso, como é possível ser de outra coisa qualquer?
Lembro-me dos mais velhos me chamarem Filipovic enquanto eu dava os primeiros passos na arte dos matraquilhos, ali para os lados de Montemor-o-Velho. Lembro-me de ler a gigante “A Bola” dentro dos braços do meu Pai, e de ficar chateado por ele perder demasiado tempo na página da 2ª divisão, eu queria era saber do Benfica.
Estava na Luz quando o Diamantino se lesionou contra o Vitória de Guimarães e não pode jogar contra o PSV na final da Taça dos Campeões, era óbvio que ele nunca iria falhar uma grande penalidade, os guarda-redes adversários, e até os próprios colegas, nunca conseguiam perceber para onde é que ele estava a olhar. Chorei com o Veloso quando a final terminou, nessa noite a minha Mãe nem teve de me mandar para a cama.
Quando estive em Angola as noticias só chegavam mensalmente, esse dia era o auge, ver o Gilberto carregado com um monte de jornais ao chegar a casa… punha o “Expresso” de lado e devorava a "Bíblia", quem quer saber do resto do mundo quando o Benfica chega?
Foi em África que vi a segunda mão da meia-final contra o Marselha em diferido, não sem antes, e em tempo real, ter sintonizado o rádio às escondidas para saber qual era o resultado ao intervalo. Estava cheio de medo do Chris Waddle.
Não me lembro de muitas mais coisas desta altura e acho que isso diz tudo. Deixemos então a nostalgia de lado, que é onde ela deve estar, e falemos do presente desta nação, que é o Benfica. Até breve.
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