segunda-feira, 4 de março de 2013

Benfica vs Porto na era Jesus


O Benfica quebrou a tendência auto destrutiva com a chegada de Manuel Vilarinho à presidência e arrepiou caminho para atingir muito do seu potencial com Luís Filipe Vieira. Isto foi conseguido tanto a nível do clube como da equipa de futebol. A terceira “revolução” deu-se com a chegada de Jorge Jesus e com o Benfica a “jogar o dobro”. Quer se goste quer não se goste de Jorge Jesus (confesso que por vezes me irrita!!!), é imperativo admitir que, desde a sua chegada, a tolerância dos benfiquistas para com resultados negativos diminuiu muitíssimo como consequência de expectativas sempre altas. Estas expectativas existem porque o trabalho tem sido muito bem feito ao ponto de nos fazer sonhar que podemos ganhar tudo (e podemos, de facto).

Neste sentido, e porque o Porto tem sido o nosso único rival a nível nacional, é interessante comparar as duas equipas neste período não esquecendo que o Porto vem de duas competições europeias ganhas em 2003 e 2004 sem deixar de apostar, fortíssimo, na composição do seu plantel principal.

Assim, este primeiro quadro reflete o total de conquistas das duas equipas neste período. Como constatado por muitos benfiquistas, o Porto é, claramente, superior em volume de conquistas e é isto que move muitos dos críticos de Jorge Jesus. Tendo o nosso treinador uma mediatização tão forte (por responsabilidade própria), é natural que as críticas aos resultados desvantajosos recaiam, sobretudo, sobre ele.



Neste segundo quadro vemos as competições ganhas por cada clube tendo sido necessário eliminar/derrotar o rival direto. Aqui as conquistas são mais equilibradas o que me permite chegar a duas conclusões:
1ª – O Benfica perde mais com outras equipas, ou seja, é menos consistente ao longo do ano.
2ª – O valor das equipas é comprável e a distribuição de resultados em confrontos diretos é equilibrada.




Para além dos resultados crus e brutos apresentados em cima, tenho algumas considerações a fazer sobre este período no que respeita a estas duas equipas:
  • O Benfica vem de uma situação de caos financeiro, destruição da formação, infraestruturas degradadas e insuficientes, falta de cultura de vitória e desmoralização absoluta dos adeptos. O Porto vem do oposto com inúmeras vitórias nacionais e internacionais que ainda lhe permitiram resultados financeiros excelentes com a venda de jogadores (e treinadores).
  • Só nesta época o Benfica conseguiu ter um plantel suficientemente equilibrado (18 ou mais jogadores) que permita ao treinador estar em todas as competições com igual ambição e sem desgaste acentuado dos jogadores.
  • O elevado nível de corrupção e tráfico de influências é notório em todas as áreas da sociedade portuguesa. O futebol não foge à regra com a direção do Porto no centro do “negócio”. Para se ganhar um campeonato ao Porto é preciso ser muito superior a essa equipa. Em igualdade de competências, o Porto ganha com vários pontos de avanço.
  • Apesar dos três aspetos anteriores serem desvantajosos para o Benfica, a sua grandeza e maior número de apoiantes dá-lhe um potencial superior que, ainda, não está completamente aproveitado. Esse potencial existe não só na vertente financeira (bilhética, quotização, merchandising, direitos TV, etc.) como também na psicológica, em campo.
  • No que respeita à liderança técnica, dos 3 treinadores que o Porto conheceu neste período só André Vilas Boas mostrou estar ao nível de Jorge Jesus. Tanto Jesualdo Ferreira como Vítor Pereira estão claramente abaixo ainda que esta seja um opinião pessoal facilmente desmentível caso o Porto seja campeão este ano.
  • Caso o Benfica vença, no fim desta época, o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal e a Liga Europa, ficará em igualdade com as conquistas do Porto neste período de 4 épocas. Caso vença “apenas” as duas competições nacionais, igualará o Porto no que é mais importante, a vertente nacional. Caso não vença o Campeonato, poder-se-á dizer que Jorge Jesus teve (quase) todas as condições para triunfar e falhou.

2 comentários:

  1. Boa postadela.

    Não podemos continuar a queixar-nos do que já se passou há mais de 12 anos. No meu entender, não faz sentido. J´+a muita coisa aconteceu, muita coisa mudou, muitas condições foram alteradas. Estamos noutra Era, é nela que nos devemos focar.

    O Benfica (Jorge Jesus) mostrou na Taça da Liga que não está em todas as competições com igual ambição. Temo que também o mostre na Liga Europa.

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