quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Formação no Benfica

Do 11 mais utilizado do Benfica da época que há pouco findou, não faz parte nenhum jogador português. Se antigamente o Benfica se orgulhava de apenas ter jogador portugueses, agora a situação é praticamente inversa. Mas evitemos comparações pois os tempos são completamente diferentes.

Muitos benfiquistas queixam-se que não se aposta na formação. Que os jogadores formados no Benfica não têm espaço na equipa principal. Há muitas razões para que isto aconteça, mas enquadremos um pouco a formação do Benfica no tempo.

No fim da década de 90 foram desmanteladas várias equipas da formação. O sistema vigente na altura era um modelo em pirâmide. Nas idades mais baixas existiam várias equipas no mesmo escalão e este número ia sendo reduzido à medida que o escalão subia. A juntar a este desmantelamento, com a construção do novo estádio,  ficámos sem instalações para a formação, pelo que tivemos que "andar com a casa às costas" durante alguns anos.

Foi apenas em Setembro de 2006 que o centro de estágio entrou em funcionamento e que, finalmente a formação do Benfica voltava a ter uma "casa". Foi aqui que se começou a desenvolver a aposta a sério na formação do Benfica. Não foram só as condições de trabalho do Seixal, mas também uma grande aposta na rede de prospecção. Até essa altura quem chegava 1º aos jogadores era habitualmente o Sporting, salvo raras excepções, que assim garantia a entrada dos talentos na sua rede de formação ainda muito novos. Ao Benfica só chegavam os que não cabiam no Sporting ou os que tinham pais benfiquistas e os levavam às captações.

Com o erguer de uma forte rede de prospecção e a aposta em técnicos profissionais na formação em vez das habituais glórias o nível da formação foi melhorando.

Foi a partir de 2006, que o Benfica se encontrava em igualdade ao nível da prospecção com o seu rival Sporting. Mas essa igualdade que começou a existir em 2006 começou nos jovens com menos de 13 anos, jovens esses que o Benfica já podia alcançar e que não iriam "automaticamente" para o Sporting.

Dos jogadores provenientes da formação do Benfica no período entre 2001 e 2006 foram poucos os que conseguiram sucesso, eis alguns dos jogadores:

JOGADOR  (CLUBE ACTUAL)
João Pereira (Valencia)
Hélio Roque (Nea Salamis - Chipre)
Fernando Alexandre (Olhanense)
Tiago Gomes (Blackpool)
João Vilela (Gil Vicente)
Tiago Gomes (Estoril)
Manuel Fernandes (Besiktas)
João Coimbra (Estoril)
Sílvio (Atlético Madrid)
Sami (Marítimo)

No período 2006-2011 foram mais alguns:

JOGADOR  (CLUBE ACTUAL)
Ruben Lima (Hajduk Split)
André Carvalhas (Naval)
Romeu Ribeiro (Marítimo B)
Yartei (Sochaux)
Diogo Figueiras (Paços de Ferreira)
Danilo (Roda - emprestado pelo Parma)
Mário Rui (Spezia - emprestado pelo Parma)
Saná (Académica)
Luís Martins (Gil Vicente)
Francisco Júnior (Everton)
Ederson (Rio Ave)

Dos que saíram da formação neste período, alguns ainda mantêm ligação contratual ao Benfica:

Miguel Rosa  - Joga na equipa B onde é a principal figura.
Leandro Pimenta - Também joga na equipa B onde foi titular a maior parte da época.
Miguel Vítor - Termina contrato com o Benfica no fim do mês e não vai renovar. Nunca foi opção séria.
David Simão - Emprestado ao Marítimo, nunca conseguiu ser indiscutível na equipa acabando a época na bancada.
Nelson Oliveira - Emprestado ao Deportivo fez a época toda como suplente utilizado.

O Benfica aposta na formação há bastante tempo, mas esses resultados, penso que só poderão ser realmente observados na equipa principal dentro de 3/4 anos anos que é quando a geração do início da aposta na formação atingirá a idade sénior. Até lá poderá surgir um ou outro jogador que poderá entrar no plantel principal, mas acredito que isso será mais certo dentro de 3/4 anos.

Actualmente o Benfica é o clube, em Portugal, que mais jogadores fornece às selecções jovens de Portugal. Este dado mostra que há trabalho de qualidade a ser realizado. Há que dar tempo à formação e não apressar os processos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A vergonha

Há quem tenha vergonha de perder a final de competições europeias. Há quem tenha vergonha de perder campeonatos gamados. Há quem tenha vergonha de perder a Taça de Portugal de basquetebol quando se ganha tudo o resto. Há quem tenha vergonha de perder finais de futsal. Há quem tenha vergonha de perder finais de voleibol. Há quem tenha vergonha das derrotas no andebol. Há quem tenha vergonha de perder contra equipas melhores. Há quem tenha vergonha de qualquer derrota!!!

Eu tenho vergonha que os adeptos (claque) do Sport Lisboa e Benfica tenham cantado, na final do play-off do campeonato de futsal, sobre a morte de um adepto do Sporting CP, morto por um adepto benfiquista. Tenho vergonha que no meu clube haja quem possa descer tão baixo quando devia estar a apoiar a equipa. Tenho vergonha que adeptos do meu clube vão para o pavilhão apenas para olhar para a claque adversária, para a ofender, para ameaçar, para gesticular para os outros. Tenho vergonha de adeptos que entram em confrontos com a polícia apenas porque sim!

Muitos adeptos criticam muito as equipas que defendem o nosso clube, mas MUITAS vezes são eles quem mais merece as críticas, muito mais que qualquer jogador de qualquer equipa do SL Benfica.

Tenho vergonha disto:

Deixem-se de ser pequenos. Acompanhem a grandeza do clube.

domingo, 23 de junho de 2013

Ainda grandes... Apesar de pequenos...

O que dizes agora?

Esta pergunta é para o "senhor" treinador de futsal do Sporting CP - Nuno Dias.

Andou a queixar-se da arbitragem neste play-off final em jogos em que dizia que não o fazia, e em que não tinha qualquer razão para o fazer, agora pergunto o que tem a dizer das vergonhosas arbitragens que lhe deram o título nestes quatro jogos. Sim, apesar destas arbitragens vergonhosas, a sua equipa "invencível", que devia derrotar o SL Benfica em três jogos, ainda conseguiu perder um jogo!

Nota-se que o Sporting CP ainda é um clube grande - pela influência que ainda consegue exercer.

Este campeonato vale tanto como os do FC Porto no futebol. Ser campeão ou ser ladrão são coisas diferentes. O Sporting CP hoje não foi campeão.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Jesus e Eriksson – Opostos?

Ao ver o 131º episódio do programa Vitórias e Património, alusivo à vitória do Benfica em Roma, ante a Roma, na época de 1982/83, a contar para a Taça UEFA, que o Benfica haveria de ser finalista, lembrei-me de comparar essa “gloriosa” época que permanece na memória de todos os benfiquistas com a “malfadada” época que há pouco mais de um mês terminou. Não nos esqueçamos que Jesus é visto por muitos como o culpado desta época falhada e Eriksson como um dos melhores treinadores da história do Benfica, senão o melhor. Concordo com a segunda, não concordo com a primeira.

 A equipa de Eriksson para a época 1982/83

Campeonato nacional

1982/83 - Campeão
30 jornadas, 22 vitórias
7 empates (Casa – Setúbal e Rio Ave. Fora – Alcobaça, Boavista, Varzim, Guimarães e Porto)
1 derrota (Fora – Sporting)

2012/13 – 2º classificado
30 jornadas, 24 vitórias
5 empates (Casa – Braga, Porto e Estoril. Fora – Académica e Nacional)
1 derrota (Fora – Porto)

Observações:
Em 1982/83 o Benfica foi campeão com menor aproveitamento de pontos relativamente à época que agora terminou.
Em 1982/83 não havia um sistema de corrupção e tráfico de influências instalado como existe atualmente em favor do porto.
Não me parece que a prestação da última época tenha sido pior do que a de 1982/83, antes pelo contrário, no entanto, não ganhámos o campeonato ao contrário de há 30 anos.

Competições europeias

Taça UEFA 1982/83 - Finalista
1ª ronda – Betis, Esp – (2-1), (2-1)
2ª ronda – Lokeren, Bel – (2-1), (2-0)
3ª ronda – Zurich, Sui – (1-1), (4-0)
¼ final – Roma, Ita – (2-1), (1-1)
½ final – Univ Craiova, Rom – (0-0), (1-1)
Final – Anderlecht, Bel – (0-1), (1-1)

Liga Europa 2012/13 - Finalista
2ª ronda – Leverkusen, Ale – (1-0), (2-1)
3ª ronda – Bordéus, Fra – (1-0), (3-2)
¼ final – Newcastle, Ing – (3-1), (1-1)
½ final – Fenerbahçe, Tur – (0-1), (3-1)
Final – Chelsea, Ing – (1-2)

Observações:
Não estão contabilizados os jogos da Liga dos Campeões 2012/13.
Em ambas as épocas o Benfica ultrapassou adversários muito difíceis em que se destacam Roma e Leverkusen.
Em 1982/83 o Benfica chegou à final com 6 vitórias e 4 empates. Na última época chegou à final com 6 vitórias, 1 empate e uma derrota.
Em 1982/83 a final foi jogada a duas mãos. Na primeira mão perdemos, fora. Na segunda mão começámos a ganhar com um golo de Shéu aos 30 minutos e o adversário empatou aos 38 minutos por Lozano. Precisávamos de marcar 2 golos para vencer a competição.
Na última época estivemos a perder e empatámos o jogo. O golo da vitória foi marcado já em descontos o que impediu o prolongamento.
Acho que posso dizer, sem grande polémica, que as prestações foram idênticas até porque tanto Chelsea como Anderlecht são das melhores equipas da Europa na respetiva época.

Taça de Portugal

1982/83 - Vencedor
2ª ronda (casa) – Campinense (8-1)
3ª ronda (fora) – Atlético (6-0)
4ª ronda (fora) – Paços de Ferreira (5-1)
5ª ronda (fora) – Leixões (2-1)
¼ final (casa) – Sporting (3-0)
½ final (casa) – Portimonense (2-0)
Final – Porto (1-0)

2012/13 - Finalista
3ª ronda (fora) – Freamunde (4-0)
4ª ronda (fora) – Moreirense (2-0)
5ª ronda (casa) – Aves (6-0)
¼ final (fora) – Académica (4-0)
½ final – Paços de ferreira (2-0), (1-1)
Final – Guimarães (1-2)

Observações:
Na caminhada para a final de 1982/83 tivemos uma deslocação difícil a Leixões e eliminámos o campeão em título Sporting. Na final eliminámos o porto. Na época passada tivemos uma deslocação difícil a Paços de Ferreira que foi amenizada pelo facto da eliminatória ser jogada a duas mãos. Não jogámos com Sporting nem Porto (nem Braga).
A Taça de 1982/83 foi uma competição jogada com mais mérito da parte do Benfica do que a da última época, não só por termos vencido como também pelo nível de dificuldade dos adversários.
Será que se na final de 1982/83 o Porto tivesse marcado um golo marcado em fora de jogo, que tivesse sido validado pelo árbitro, teria conseguido vencer a taça? Nunca saberemos!


Conclusão
Se descontarmos os roubos que sofremos e a corrupção instalada atualmente no futebol português, não vejo como se pode dizer que o falhanço no cumprimento dos objetivos para esta época tenha sido responsabilidade do treinador (ou pelo menos só dele), até porque a forma como o Benfica joga não envergonha nenhum de nós e rivaliza com qualquer equipa do nosso passado. Isto, apesar de algum erros próprios que podem ser corrigidos mas que, certamente, também existiram nos anos de Eriksson.
Por razões óbvias, tenho que dizer que um jogo não são jogos. Refiro-me ao triste espetáculo que demos no Jamor este ano que contrastou com tudo o que foi feito durante o resto da época.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

No topo da memória: Jean-Jacques

Jean-Jacques Nzadi da Conceição, foi certamente o melhor power forward que passou pelo basquetebol português, como já estava anunciado há algum tempo, foi introduzido nesta quarta-feira no FIBA Hall of Fame. É o primeiro jogador africano a receber esta honra. O primeiro jogador do SL Benfica! O primeiro que passou pelo basquetebol português. Depois de em 2011 ter sido considerado, no cinquentenário da FIBA Africa, como o melhor jogador africano de sempre.

Que privilégio vê-lo jogar! Que privilégio tê-lo visto no SL Benfica! É daqueles jogadores que podemos dizer: é nosso! Tem a sua carreira muito ligada ao SL Benfica, é com a nossa camisola que é mais recordado.

Chegou em 1988, vindo do CD Primeiro de Agosto, para jogar durante 8 épocas numa equipa que consigo ganhou 7 campeonatos consecutivos, 5 Taças de Portugal, 6 Taças da Liga e 4 Supertaças nacionais. Tendo também capacidades para derrotar as melhores equipas do mundo, como fizeram quando em 1993/94 derrotaram, em Badalona, o CB Juventut Badalona, que viria a vencer a Euroliga nessa época, na mesma época eliminaram o KK Olimpija Ljubljana da Euroliga, iriam ganhar a FIBA European Cup, em 1995/96 derrotaram o Panathinaikos BSA, que viria a vencer a Euroliga nessa época, e ainda outros grandes nomes do basquetebol europeu, como o Virtus P Bologna, o CSKA BC, o Hapoel Tel-Aviv BC, entre outros.

Essas equipas tinham grandes jogadores como Mike Plowden, Steve Rocha, José Carlos Guimarães, Henrique Vieira, Pedro Miguel, Luís Silva e, claro, Carlos Lisboa, formaram uma época dourada no basquetebol benfiquista, aquela que todos recordamos com saudade. Uma equipa como nunca houve em Portugal. O tipo de equipas que engrandece um clube, não só pelas vitórias mas também pela arte. Equipas que são relembradas. Essa conjugação de grandes jogadores e grandes treinadores tornou-os ainda mais famosos. Mas mesmo nas grandes equipas há aqueles que sobressaem, depois de Carlos Lisboa, os benfiquistas recordam com saudade os lances de Jean-Jacques.

Começou por ser treinado por Tim Shea, que formou esta grande equipa, depois por Mário Palma, que brilhou com a equipa. Em 8 anos apenas não ganhou o campeonato no seu último ano, aquele que marcou também a despedida de outro grande ídolo - Carlos Lisboa. Foi jogar para França, para o CSP Limoges, equipa que 4 anos antes havia sido campeã europeia, jogou ainda no CB Unicaja Málaga e volltou a Portugal para terminar a carreira na equipa da Portugal Telecom, onde ganhou mais três campeonatos. Com a sua selecção participou em 2 Jogos Olímpicos e foi 7 vezes campeão africano (recorde).

Era um poderosíssimo jogador defensivo, mas sobretudo, o tipo de jogador, que devido à sua espectacularidade, os adeptos querem pagar para ver jogar, como Carlos Lisboa, Panchito Velázquez, Ricardinho ou Pablo Aimar, quando tocava na bola sentia-se que o valor do bilhete estava garantido. 

É com orgulho benfiquista que o vejo no Hall of Fame da FIFA. Está também no Hall of Fame da memória de muitos de nós.

Termino a mostrar-vos uma das suas jogadas mais famosas e mais importantes. Em Almada, na vitória contra o Panathinaikos BSA, fez este estrondoso afundanço contra a lenda da NBA Dominique Wilkins:

terça-feira, 18 de junho de 2013

O que é uma ditadura senhor presidente?

Não pude participar na última Assembleia Geral do SL Benfica mas participou um sócio que colocou algumas perguntas com as quais me identificava.

Eis a sua intervenção - que foi distribuída aos membros da direcção, porque muitas vezes se esquecem de responder aos sócios -, a vermelho está a resposta da direcção:


Lisboa, dia 14 de Junho de 2013


Intervenção do Sócio – Jorge David Ferreira Basto na Assembleia-geral do Sport Lisboa e Benfica a 14 de Junho de 2013.




Relativamente ao orçamento para a próxima época desportiva 2013/2014 gostaria de ver esclarecidas as seguintes dúvidas.

Distribuição da Receita de Quotização 75/25% e Politica de Preços Quotas e Bilhetes

1.      No orçamento para a próxima época, o clube prevê ter uma receita de 13M€ na rubrica Quotização. Um decréscimo de 10% comparativamente ao valor apresentado no último R&C referente à época de 2011-2012 chumbado na última AG em Setembro do Ano passado.
Perguntas: Que medidas tencionam tomar para revitalizar e dar um novo impulso à adesão ao Cartão de Sócio? Questão subjacente, para quando uma revisão dos preços das quotizações de forma a travar essa queda abrupta da receita relativas às quotizações? Relembro que nas últimas eleições do ano passado uma das promessas de campanha foi justamente baixar os preços das quotas e também dos bilhetes.
Resposta do Vice-presidente Nuno Gaioso Ribeiro:
Basicamente disse que existiam estudos que apontavam para Aumento do valor das quotizações para manter o nível das receitas de quotizações e outros estudos que apontavam no sentido inverso para uma redução do valor. Não houve nenhuma medida concreta anunciada relativamente a este tema.

Já agora uma pequena nota relativamente aos preços dos bilhetes. Na última época decidi não renovar o meu lugar de RedPass ao ver que o meu lugar tinha aumentado de 25€ por época (sei que foi derivado do aumento do IVA). Mas cansado de pagar antecipadamente e ver depois ofertas e “borlas” de bilhetes no decorrer da época. Decidi então comprar bilhetes jogo a jogo. Fiz as contas, fui a 10 jogos em 15 para o Campeonato. Paguei o meu bilhete em 6 jogos (valores de 9€ a 20€ nos jogos contra o FCP e SCP) e fui a 4 jogos com bilhetes de oferta para a bancada Meo do Piso 1. No total gastei 90EUR o que dá então uma média de 9€/jogo. Se tivesse renovado o meu RedPass teria pago 195€ o que daria em média 13€/jogo supondo que teria assistido aos 15 jogos do campeonato (o que nunca consegui fazer falhando sempre 2 ou 3 jogos por época por motivos pessoais e profissionais).
Perguntas: Qual a vantagem de comprar RedPass se todas as épocas temos Ofertas de bilhetes ou por ter Debito directo ou por qualquer outro motivo? Porque manter preços desajustados da realidade económica que o país atravessa para depois oferecer borlas?
Resposta do Vice-presidente Nuno Gaioso Ribeiro:
Sendo este tema competência da Benfica SAD, no entanto foi adiantado em primeira-mão durante a AG de que haverá novidades brevemente sobre este tema levando a querer supor que haverá redução dos preços dos Bilhetes.

2.      Segundo aspecto que gostaria de mencionar diz respeito à Percentagem de transferência da Quotização liquida para a Benfica SAD. Vejo no orçamento que este valor passou de 75% para 25%.
Perguntas: Gostaria de saber se esta medida é temporária e qual o motivo para esta alteração de percentagem?
O Departamento de Modalidades Desportivas irá manter os mesmos 10% da receita líquida das Quotizações, como tal para que fins estão destinados esses 6,5M€? O Benfica Clube ira transferir para a Benfica SAD 2,4M€ em vez de 9M€ na época passada
Finalmente, como esta medida representa um decréscimo de 6,5M€ na receita para a Benfica SAD. Gostaria de saber quais os impactos e medidas compensatórias na Benfica SAD para colmatar essa perda de receita?
Resposta do Vice-presidente Nuno Gaioso Ribeiro:
Mais uma vez, resposta dada pelo Vice-presidente foi muito pouca detalhada e explícita. Referiu que serviria para pagar umas dívidas do Benfica Clube a outras sociedades participadas do Clube. Mas neste caso pergunto eu porque não foi apresentado nesse orçamento na parte das Despesas esses pagamentos a efectuar, já que o orçamento apresenta um resultado líquido de mais de 5M€. Concluindo, tudo muito vago, não sabemos ao certo onde e como irão aplicar esse dinheiro.


Museu (Previsão de Receitas /Custo da Obra)
3.      Terceira dúvida que gostaria de ver esclarecida é relativa ao Museu. Na rubrica Receita Visitas Estádio e Museu, para a próxima época não temos nenhuma receita de prevista quando existiam receitas orçamentadas nos anos anteriores.
 Perguntas: Existe alguma explicação para tal? No primeiro ano de funcionamento o Museu irá ser grátis? Ou as receitas do novo Museu estarão afectas à Benfica Estádio?
Por outro será possível saber o custo global para a construção deste Museu?


Resposta do Vice-presidente Nuno Gaioso Ribeiro:
O Vice-presidente confirmou de que por uma razão fiscal, as receitas do Museu iria ficar na participada Benfica Estádio detida pela Benfica SAD.


Investimento nas Modalidades Desportivas
4.      Finalmente em relação às Modalidades Desportivas, o orçamento para a próxima época prevê uma descida de 7% na Receita e de 3% na Despesa. Menos do que anunciado pelo Vice-Presidente para as Modalidades o Sr. Domingos Lima.
Perguntas: Como tal gostaria de perguntar se a aposta nas Modalidades irá manter-se com equipas competitivas e com capacidade para lutar por todos os troféus Nacionais em disputa? Por outro gostaria de saber se o Basquetebol e Voleibol irão participar nas competições Europeias à imagem do que acontece com o Andebol, Hóquei em Patins, Atletismo e Futsal? Porque estas duas modalidades não participam nas competições Europeias de forma a justificar o investimento nas modalidades e ajudar ao crescimento de Atletas e divulgando o nome do clube por essa Europa fora?
Resposta do Vice-presidente Nuno Gaioso Ribeiro:

O Vice-presidente em nome do vice Domingos Lima, disse estar neste momento em análise esta questão sobre as participações nas competições Europeias. Essencialmente dependente de patrocinadores.



Em relação ao primeiro ponto, novidades para breve foi em tempo de eleições, entretanto já eu tinha pagado o aumento do RedPass. Promessas leva-as o vento... O terceiro ponto teve a resposta esperada. O quarto ponto foi-nos desmentido, nessa mesma noite, por uma fonte com bastante informação - a equipa de basquetebol não vai jogar nas competições europeias.

Gostava que tivesse sido perguntado ao senhor presidente da mesa da AG porque razão, depois de ter dito no final da última AG que havia quem tivesse votado mais que uma vez, ainda se continua a utilizar o sistema primitivo de voto com o papel no ar! Quando o próprio Luís Nazaré disse que ia mudar o sistema - sistema esse que além de gerar confusão pode ter resultados dúbios. Mais importante, gostava que lhe tivesse sido perguntado porque achou que tinha condições para se recandidatar ao cargo depois de ter dito que tinha entrado gente na última AG que nem sócio era. Se não tem capacidades para controlar a AG, não consegue manter uma votação regular e permite que os estatutos sejam violados, não pode continuar e deve dar o lugar a outro que o possa fazer.

Mais uma vez houve confusão na AG, a certo ponto alguns sócios (o Luís Nazaré não deve ter a certeza) acusaram a direcção de impor uma ditadura, e parece que o presidente da mesa da AG berrou "vocês sabem lá o que é uma ditadura!". Ameaçou acabar com a AG. Quando o Bruno de Carvalho se dirigia para falar aos sócios, respondendo à intervenção do presidente, esse direito foi-lhe negado e com maior confusão ainda o presidente da AG terminou-a (tal como havia feito na anterior) sem que os sócios tivessem direito a contrapor respostas da direcção ou debater outros assuntos.

As AGs servem para debater os assuntos que os sócios querem ver discutidos sobre o SL Benfica, é o espaço que têm para o fazer - não foi feito. Servem para os sócios pedirem esclarecimentos sobre o orçamento à direcção e vê-los devidamente respondidos - não foi feito. Servem para que haja uma votação clara - não acontece. Servem para que caso a votação vá contra a proposta apresentada esta não seja aplicada - não aconteceu na penúltima AG. Neste momento os sócios não têm como apresentar propostas a votação, pois o senhor presidente da AG tem as terminado sem que isso possa acontecer. Preocupa-se muito com a duração das mesmas e di-lo, essa não deve ser a sua preocupação, enquanto houver assuntos a discutir elas devem demorar. Uma ditadura não é só o que o Estado Novo foi, ditaduras já houve muitas, ainda as há, há-as sobre diversas formas.

sábado, 15 de junho de 2013

Futebol – Benfica derrotado nos "descontos"

Chegou o momento de trazer aqui o palmarés que mais interessa aos benfiquistas, o do futebol.
Já muito se disse sobre a época do Benfica e repeti-lo seria redundante. Cada um terá a sua opinião e nisto do futebol todos somos treinadores! Volto a dizer que houve um pouco de tudo e ser fundamentalista é apenas uma expressão de raiva e/ou revolta e não uma explicação da realidade. A culpa não foi toda do Jesus. A culpa não foi toda do Artur. A culpa não foi toda do Martins. A culpa não foi toda do Melgarejo. A culpa não foi toda do Vieira. A culpa não foi toda dos árbitros. A culpa não foi toda dos corruptos. A culpa não foi toda do azar. A culpa não foi toda do que quer que seja!
Como em qualquer outro clube de futebol, a realidade é complexa e o trabalho de equipa vale mais do que o da soma das partes. Ainda assim, como tenho dito sempre, acredito que os dois últimos campeonatos fariam parte do palmarés do Benfica se não houvesse imoralidade e ilegalidades no futebol português, pese embora os erros próprios que existiram e existem sempre que alguém se propõem a fazer algo, ou seja, errar é humano mas nós errámos muito menos do que a nossa concorrência nestas últimas duas épocas. Não tendo tido jogos oferecidos em Coimbra, Paços de Ferreira e Madeira (norte), tivemos Xistralhada em Coimbra, Proençada na Madeira (norte) e SoaresDiasada na Luz com o Braga! Só isto dava o campeonato antes de jogar com o Estoril e nem me esforcei muito para ir buscar coisas muito rebuscadas. Enquanto esta podridão se mantiver o Benfica vai ganhar campeonatos a cada 5 anos, de aflitos, no último minuto da última jornada, isto se tiver equipa para ser campeão europeu (ligeiro exagero!).


Para a história fica uma equipa melhor do que todos os adversários no campo, no jogo, principalmente no campeonato nacional. Uma equipa que maravilhou na Europa (não sempre mas quase). Que mereceu estar na final e que mostrou ser superior ao campeão europeu em título. Uma equipa que passou todas as eliminatórias da Taça de Portugal como se estivesse a jogar sempre contra adversários de divisões inferiores, até que se deu à morte no Jamor contra um Vitória de Guimarães tão medíocre que ainda precisou que o Jorge Sousa lhes desse um empurrão! Mas também fica para a história como a equipa que mais mereceu e que menos conseguiu. A equipa que nos últimos 4 jogos da época só podia perder um e foi esse que ganhou, perdendo os restantes.


O porto voltou a inscrever o seu nome na imundice nacional, como lhe assenta melhor. O Chelsea voltou a ganhar uma competição europeia sem deslumbrar, sem encantar, diria até, sem sequer saber como! O Vitória de Guimarães inscreveu o seu nome, pela primeira vez no seu historial, na lista de vencedores da Taça de Portugal. Já merecia mas já mereceu muito mais do que este ano!
O Sporting fez o pior campeonato da sua história, fez uma primeira metade de época miserável e não se qualificou para as competições europeias como resultado de políticas suicidas e do beija mão à gente corrupta. O Braga conquistou a Taça da Liga que não serviu para amenizar a desilusão da não qualificação para a Liga dos Campeões. O Paços de Ferreira encostou-se à imundice e corre agora lado a lado com Braga, Nacional e Académica, só para referir alguns. O Estoril fez o que lhe competia, acima das expectativas, e foi remunerado com vendas de jogadores! O Beira Mar e o Moreirense desceram de divisão enquanto o Olhanense se mantém à custa de salários em atraso e dívidas que não consegue pagar. O futebol português é aviltante!

O palmarés da modalidade fica assim atualizado:

Palmarés global

Campeonatos Nacionais

Taças de Portugal

Supertaças

Taças FPF

Taças da Liga

Competições Internacionais

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Corruptolândia em contra ataque desesperado

Tem sido noticiado nos meios de comunicação afetos ao Benfica, nomeadamente na Benfica TV, o acordo que a Controlinveste (de Joaquim Oliveira), a ZON e a PT/MEO fizeram no momento da transferência de parte do capital social da SportTv da ZON para a PT, ou melhor, a cláusula de exclusão de outros fornecedores de conteúdos desportivos que não a SportTv. O resultado seria (digo seria porque acredito que nem em Portugal isto pode passar) o controlo tripartido da SportTv, 50% da Controlinveste e 25% tanto para a PT como para a ZON, sendo que a PT e a ZON representam mais de 90% do mercado de distribuição de sinal TV. Com isto, a Benfica TV estaria arredada das duas plataformas que representam a quase totalidade do mercado de TV.

Algumas observações em relação a este assunto:
  • Fica provado que há corrupção e tráfico de influências na comunicação social em Portugal por não terem divulgado esta noticia que é, de facto, notícia mas que coloca a nu o jogo sujo dos corruptos.
  • Fica também provado que, em Portugal, tudo e todos estão à venda. A crise que atravessamos não é uma crise financeira, é uma crise de valores! Digo isto porque não percebo como é que a ZON mas principalmente a PT se deixam engolir por esta gente nojenta. Sabemos que a PT tinha interesse na SportTv mas vale tudo? E a ZON, ainda estaremos para descobrir o que vai ganhar com isto! Sim, porque tudo se paga e não há almoços gratuitos.
  • Disse em cima que acreditava que isto não pode passar e digo-o porque (ainda) existe uma lei da concorrência em Portugal. A verdade é que os corruptos a norte nunca precisaram de meter a unha nesta lei e agora talvez precisem! Será que se manterá? Depois de ver toda a estrutura institucional do futebol em Portugal corrompida, poder político corrompido, poder judicial corrompido, polícia corrompida, de modo geral, tudo e todos os que são necessários comprados, não sei o que acontecerá a esta lei ou aos membros da Autoridade da Concorrência!
  • No cenário esquizofrénico desta realidade se confirmar, acredito que a Vodafone, o maior distribuidor a seguir à PT e ZON, teria um crescimento exponêncial de assinantes tal como a PT/MEO teve quando conseguiu chegar a acordo para transmitir a Benfica TV em exclusividade relativamente à ZON. Esta seria mais uma oportunidade para se sentir a força do Benfica num país que não tem dimensão, nem física nem moral, para um clube tão grandioso e glorioso como é o Sport Lisboa e Benfica.


Manuel Seabra expõe a situação ao MAI (a partir do minuto 3:58)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Novas contratações para 2013-14 (continuação)


Como outras contratações do Benfica para esta época, chegam mais 5 jogadores jovens e com grande potencial de valorização. Destes, um é já uma estrela em ascensão e tinha meia Europa a correr para a sua contratação. Mais uma vez, o Benfica antecipou-se e firmou contrato com Lazar Markovic, o Benfica paga 10 milhões ao Partizan e o jogador fica com uma clausula de rescisão de 50 milhões. Este sérvio é avançado e pode descair para as alas, pelo menos é assim que o caracterizam. Na verdade é um jogador que pode fazer 3 posições no ataque dando várias opções a Jorge Jesus, como este gosta. Pode ser uma opção a Salvio no lado direito, tal como Enzo também é e nenhum outro. Pode também jogar à esquerda onde temos Ola John, Gaitan (que deverá ser vendido) e Urreta que ainda não se firmou em absoluto (embora eu acredite que tem grande qualidade e é jogador para o Benfica). Mas a posição onde parece estar mais à vontade é a de segundo avançado e, sendo assim, veio para a equipa certa porque há poucas na Europa que jogam num 4-4-2 tão vincado como o Benfica. Aqui jogará no lugar que já foi de Saviola, Aimar, Martins, Gaitan, Rodrigo ou Lima nestes 4 anos de Jorge Jesus e terá a concorrência de Sulejmani e Djuricic. Vejo-o como um novo Saviola com menos ratice (experiência) mas mais técnica e, principalmente, mais velocidade.

Lazar Markovic

Com Lazar chega também o seu irmão mais velho (21 anos) Filip Markovic. É médio, pode jogar no lado direito e também atuava no Partizan. Não tem a qualidade nem o mediatismo do irmão e deverá ser um reforço da equipa B. Nunca ouvi falar deste jogador e será, à partida, apenas companhia de viagem do seu irmão.

Os irmão Markovic - Filip à esquerda e Lazar à direita

Para a posição de defesa central, o Benfica foi buscar outro sérvio, este a jogar num clube de meio de tabela da Bélgica, o Kortrijk. Tem 23 anos e ajudou a sua equipa a fazer um campeonato acima das expectativas. Tem 1,89 metros de altura e espera-se que integre a equipa B com a expectativa de, rapidamente, mostrar que tem qualidade para jogar na equipa principal. O valor da sua transferência terá sido cerca de 1 milhão de euros.
Ainda para o centro da defesa, o Benfica contratou também Marcos Valente ao Penafiel. Este central de 19 anos, com 1,95 metros de altura, jogou apenas 4 jogos na 2ª liga esta época e nenhum contra a equipa B do Benfica mas terá suscitado o interesse dos responsáveis encarnados que vêm nele potencial. Será um reforço da equipa B na próxima época.

Centrais para a equipa B - Mitrovic à esquerda e Valente à direita

Por último, um jogador que já tinha treinado à experiência no Benfica e que agora se vincula definitivamente é Uros Matic, o irmão de Nemanja Matic. Mais um para engrossar o filão sérvio do Benfica, este esquerdino centro campista é mais ofensivo do que o irmão, menos alto, tem 1,85 metros, e uma ano mais novo. Ao que parece terá impressionado ao ponto de assinarem um contrato de 1 ano renovável por mais 5. Uros Matic veio do Kosice da Eslováquia, onde o seu irmão também tinha jogado, e o Benfica nada pagou pela sua transferência.

O irmão de Matic - Uros

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Uma forma de vida

Como se costuma dizer: "chama-lhe puta antes que ela to chame a ti!"

E quem melhor para perceber de putas que o clube da fruta? Não estou a ver.

Já muitas foram as vezes em que os fruteiros se queixaram que o SL Benfica abordava jogadores antes de jogos importantes contra a equipa dos ditos. Serviu de farpa quando o SL Benfica ficou a precisar urgentemente de um defesa central e foi contratar o Jardel (o melhor disponível) ao SC Olhanense. Tem-se levantado a questão mesmo quando não passam de boatos. 

Apenas para reflectir, como contraponto, a contratação do actual treinador da fruta. Para treinador do clube da fruta qualquer um serve - é o que se diz -, ora se assim é, porque não, em situação de aperto, contratar um que dá bastante jeito?! Paga-se o mesmo que a outro qualquer, custa menos que uma renovação e poupa-se em fruta (o que não parece ter sido o caso).

Há um par de anos, num campeonato de hóquei em patins em que duas equipas estavam bastante equilibradas também foi contratado o treinador da equipa que se defrontava na última jornada. (Coincidências!) Era o décimo campeonato consecutivo, um número muito bonito, convinha ganhar. Esse campeonato terminou empatado em número de pontos, os senhores da fruta ganharam porque venceram facilmente à equipa do seu futuro treinador. Desta vez o anuncio foi mais discreto, foi feito após o final do campeonato.

domingo, 9 de junho de 2013

Dragonaço - o nosso Maracanazo!

É verdade que o SL Benfica já tinha conquistado um troféu prestigiante que o consagrava como a melhor equipa da europa (a Taça das Nações de 1961, entre campeões dos principais campeonatos europeus), no entanto, faltava ao palmarés do clube a Taça dos Clubes Campeões Europeus/Liga Europeia. Duas Taças CERS e cinco finais da principal competição (não quatro como discursou o presidente) eram um prémio pequeno para o clube que pratica a modalidade há mais tempo.

Para que se tenha uma noção do que era o hóquei em patins europeu do SL Benfica nas últimas épocas antes do Luís Sénica, relembro-vos das nossas participações. Depois de três Final 4 entre 2000 e 2002, em 2003 vencemos dois jogos e perdemos quatro na fase de grupos (dois grupos de quatro), em 2004 perdemos todos os jogos na fase de grupos (dois grupos de quatro), em 2005 na Taça CERS fomos eliminados em Itália pelo AP Follonica Hockey depois de termos sido perdulários em Lisboa (na minha opinião com a equipa mal conduzida por Paulo Garrido; o AP Follonica Hockey acabou por ganhar a competição), em 2006 fomos eliminados na pré-eliminatória da Liga Europeia pelo CP Vic, não voltámos a ter participações europeias desde aí até à chegada do Luís Sénica – apenas participámos na época seguinte no Campeonato do Mundo, onde fomos terceiros.

Com Luís Sénica – é, no entanto, inegável que o conseguiu com grandes equipas -, em 2010 fomos à Final 4 da Taça CERS, em 2011 ganhámos a Taça CERS (em casa do outro finalista), em 2012 fomos à Final 8 da Liga Europeia (eliminados por equipa superior mas por demasiados golos), em 2013…

Fomos jogar a Final 4 da Liga Europeia ao Porto, ao Dragão Caixa. Contra três equipas consideradas superiores à nossa; se pedissem para juntar uma quarta a estas três para formar o conjunto das melhores, provavelmente, a maioria dos conhecedores deste desporto escolheria o HC Liceo.

Na meia-final derrotámos o adversário mais difícil da Europa, historicamente e também no contexto actual. Das nossas 36 participações em competições europeias fomos eliminados pelo FC Barcelona oito vezes (ainda que uma em fase de grupos com dois apurados), foi a segunda vez que os eliminámos (a anterior aconteceu epicamente nos quartos-de-final da Taça dos Campeões de 1994/95). Antes deste jogo contávamos com 17 jogos contra o eneadeca-campeão europeu, com 4 vitórias, 2 empates e 11 derrotas (uma em prolongamento), juntámos mais um empate muito vitorioso.

A diferença entre o sucesso e o insucesso é muito escassa; foi assim em muitas das nossas derrotas, foi assim em muitas vitórias de outros, foi assim nesta nossa vitória. Contra o Barcelona no último minuto o SL Benfica dispôs de um livre directo, que podia ser a última oportunidade para empatar o jogo a quatro, foi marcar o experiente Carlos López; não conseguiu enganar o guarda-redes Sergi Fernandez; faltava pouco tempo, bastava apenas o desespero; e esse desespero foi compensado, quando a poucos segundos do fim o mesmo jogador, com marcação defensiva, recebeu a bola no canto superior da área, e se virou para rematar à baliza não podemos falar em calma mas em vontade de ganhar. Esse remate cheio de vontade de Carlos López saiu contra o guarda-redes e ressaltou para dentro da baliza; o insucesso esteve à vista em cada momento desta jogada até que a bola entrou na baliza.

O jogo seguiu até aos penáltis onde tudo pode acontecer, todos podem sonhar ganhar aos melhores do mundo. Aí os jogadores do SL Benfica foram mais competentes (apesar do João Rodrigues ter deixado passar o tempo para rematar o penálti...), sobretudo o guarda-redes Pedro Henriques que defendeu quatro dos cinco penáltis para colocar a equipa na final.

Seguiu-se o adversário que tem dominado o hóquei em patins nacional e muito perto tem ficado de alcançar o grande troféu europeu. Desde a criação da Liga Europeia (em 1996/97), o FC Porto havia participado em seis finais, perdeu-as todas, quatro delas por apenas um golo (outra num grupo final de 4 equipas). Haviam sido jogadas 11 partidas europeias contra o FC Porto antes desta final, 1 vitória, 3 empates e 7 derrotas, tínhamos conseguido eliminá-los uma vez (em fase de grupos) e tínhamos sido eliminados cinco vezes (duas em fase de grupos). Já tínhamos jogado uma final europeia contra o FC Porto (a Taça das Taças de 1983) e tínhamo-la perdido em Lisboa 5-6, depois de um empate a dois no Porto. Este adversário impôs-nos a nossa maior derrota europeia de sempre (1-13, em 1987). Na única Final 4 da Liga Europeia em que o SL Benfica tinha defrontado o FC Porto havia perdido por 1-4, na vergonhosa edição de 2000 no Porto. Já não ganhávamos no pavilhão do FC Porto desde um dos jogos para o campeonato em 2004. Este ano tínhamos perdido os dois jogos contra eles, o último duas semanas antes da Final 4 da Liga Europeia, por 3-7.

Nós ganhámos o mais saboroso e importante de todos.

Muitos podem tentar desvalorizar esta vitória com os resultados da equipa de futebol mas os resultados do futebol nada têm a ver com o hóquei em patins. É possível gostar de mais desportos para além do futebol, é possível gostar mais desses desportos que de futebol. Não é o meu caso, apesar disso não consigo discernir se comecei a gostar do SL Benfica mais devido ao futebol, ao hóquei em patins ou ao basquetebol. Esta era uma competição que queria ver o meu SL Benfica ganhar desde que me lembro de ver desporto, mais que qualquer campeonato nacional de futebol.

Convém não esquecer que o SL Benfica anunciou que não iria comparecer na final, devido à distribuição de bilhetes e, sobretudo, às condições de segurança que colocavam em perigo os adeptos (e equipa) benfiquistas. Que o desportivismo dos jogadores do FC Porto na final não apague o clima infernal que os adeptos benfiquistas tiveram que suportar, a preparação que estava a ser feita para ainda mais actos de terrorismo, como os que aconteceram em 2000, também na Final 4 da Liga Europeia de hóquei em patins, quando as equipas do SL Benfica na meia-final e do FC Barcelona foram alvos da ira cega dos adeptos portistas, sem o devido apoio policial. Após a final os jogadores do FC Barcelona foram agredidos e não puderam receber a Taça no campo. Não tenho muitas dúvidas que se o SL Benfica não tivesse tomado medidas o mesmo (ou muito pior) estaria preparado, caso o principal rival (no entender deles: inimigo) ganhasse a principal competição - e que tanto eles têm tentado ganhar - da modalidade que o seu presidente e a maioria dos seus adeptos mais gostam, em sua casa. Estes actos vergonhosos têm o patrocínio do senhor que inventou a guerra Norte-Sul para promover o crescimento do seu clube, um crescimento que tem sido criado através do ódio. Tivemos que ir jogar a um ambiente hostil criado por um clube que não olha a meios para ganhar. Congratulo a direcção do meu clube que conseguiu combater esta violência sem recorrer à mesma e promovendo a segurança dos intervenientes no espectáculo (que deve ser sempre) do desporto.

Quanto ao jogo foi um grande espectáculo de hóquei em patins entre duas das melhores equipas do mundo, em que qualquer dos 10 jogadores pode certamente ter orgulho de pertencer devido à sua influência na equipa. O FC Porto embalado pelo apoio do seu público chegou cedo a uma vantagem de dois golos e com possibilidade de a aumentar. A equipa do SL Benfica não ficou visivelmente abalada e conseguiu manter-se a uma distância recuperável, com consciência que não eram necessárias medidas drásticas para tentar recuperar a desvantagem. A meio da segunda parte o SL Benfica conseguiu mesmo passar para a frente e pareceu querer controlar calmamente o jogo, mas perante a poderosa equipa do FC Porto isso não foi possível. O 5-5 no final dos 50 minutos era um resultado justo, qualquer equipa poderia ter vencido e terminaria como um campeão muito meritório. Foi o tipo de jogo que se quer numa grande final, com alternâncias no líder do jogo, com golos, com jogadas bonitas. Esperava-se que a esta altura o SL Benfica já não tivesse aguentado o poderio atacante do FC Porto, que a jogar em casa era claríssimo favorito. Mas a nossa equipa foi brava e soube jogar a final. No prolongamento numa jogada ensaiada, pedida pelo treinador, o Diogo Rafael rematou de longe e o João Rodrigues desviou a bola para o golo de ouro. 

Estava concretizado o nosso Maracanazo! A equipa do SL Benfica terminou como campeã, mereceu-o, os jogadores estiveram psicologicamente num nível muito elevado, não sucumbindo às adversidades de ambos os jogos e provaram que muito trabalho foi feito para se conseguir este enorme sucesso – mérito da equipa técnica.

As grandes vitórias costumam ter heróis que se destacam dos outros e brilham naquele momento decisivo. Esta enorme vitória – os dois jogos – teve muitos momentos que podem ser considerados decisivos, tivemos muitos heróis. O Ricardo Silva (guarda-redes por vezes pouco amado) fez defesas que mantiveram a equipa na discussão do resultado, não existe nenhuma grande equipa campeã que o seja sem grande intervenção do seu guarda-redes, especialmente em jogos tão equilibrados como os desta Final 4. Ao contrário do que tem acontecido muitas vezes a marcação de penáltis foi decisiva a nosso favor, o nosso melhor marcador (sempre o vi assim), Luís Viana, dispôs de quatro penáltis na Final 4 e transformou-os em 4 golos (fortíssimo!). Do outro lado, Pedro Henriques, o guarda-redes suplente que foi chamado para evitar os golos de livres directos e penáltis esteve brilhante, defendeu um livre directo no prolongamento contra o FC Barcelona evitando a nossa eliminação. O Marc Coy, que durante a época não conseguiu fazer esquecer a saída do Sérgio Silva, marcou um dos penáltis da meia-final e um golo importantíssimo na segunda parte da final. O Cacau que marcou de forma brilhante (que calma e concentração!) o livre directo que nos deu o primeiro golo da final, quando a margem de erro começava a escassear. O Carlos López que marcou o golo no fim do jogo da meia-final, com enorme crer demonstrado pela forma como festejou contra a sua antiga equipa; venceu a sua sexta Liga Europeia (uma no HC Liceo, quatro no FC Barcelona), também já ganhou o Sul-Americano de Clubes (pelo Unión Vecinal de Trinidad, UVT), e se não me engano é o primeiro jogador a ganhar a competição por três clubes diferentes. Os jovens João Rodrigues e Diogo Rafael, que espero sejam a base desta equipa por muitos anos, e marcaram em conjunto o golo de ouro da final, remate do Diogo com desvio do João. (Ao Diogo disse uma vez que era o único dos jogadores actuais que tinha lugar nas grandes equipas dos anos 90, entretanto surgiram vários jovens que vão trazer muitas glórias ao hóquei em patins português, mas ele tem tudo para ser o líder desta nova geração.) Sem esquecer o Tuco (que marcou penálti na meia-final e é sempre importante nos remates de longe) e o capitão Valter Neves que são a base defensiva desta equipa que esteve muito bem organizada em quase todos os momentos da Final 4.

O percurso para esta grande vitória europeia começou em 2009/2010 com a chegada de Luís Sénica, nesse ano, depois de muitas peripécias, ficámos em 5º no campeonato, ganhámos a Taça e fomos à Final 4 da CERS - o suficiente para muitos considerarem que não servia para o SL Benfica -, no ano seguinte ganhámos a Supertaça, terminámos o campeonato com os mesmos pontos do primeiro (que ganhou facilmente à UD Oliveirense na última jornada, treinada pelo seu futuro treinador Tó Neves; apenas empatámos um jogo e perdemos dois) e ganhámos a Taça CERS, no ano seguinte ganhámos a Taça Continental (sem jogar) e o campeonato que nos fugia há muito tempo (com dois empates e uma derrota), este ano já tínhamos ganhado a Supertaça, terminámos o campeonato com quatro empates e duas derrotas. Para se obter este nível de resultados foi necessário manter uma base estável de jogadores desde que foi construída a equipa que venceu a Taça CERS; dessa equipa, que tinha 11 jogadores, saíram: o grandíssimo Ricardo Pereira, o Caio e o Tiago Rafael; entraram: os experientes Sérgio Silva e Carlos López. Para esta época saiu o Sérgio Silva e entrou o Marc Coy, o que parecia ter deixado a equipa um pouco menos forte. 

Nestes quatro anos a equipa sempre se mostrou forte a nível europeu, especialmente em casa onde conseguiu 9 vitórias, 2 empates e não consentiu derrotas. No total foram 18 vitórias (uma em golo de ouro), 5 empates (uma com vitória em penáltis) e 5 derrotas (uma em golo de ouro); três troféus.

Há quem diga que os benfiquistas só se lembram do hóquei agora que ganhámos a Liga Europeia, eu não sou desses, fui a dois dos quatro jogos em casa nesta competição, não fui aos outros dois porque não pude. Sinto-me campeão desta Liga Europeia, quando pude fui dar o meu contributo. Fui receber a equipa à 1:00 ao Pavilhão da Luz, porque acho que mereci festejar com a equipa. Talvez algumas daquelas cerca de mil pessoas não tenham presenciado um jogo sequer esta época, espero que o façam a partir de agora, o hóquei em patins do SL Benfica merece.

Para concluir o agradecimento à equipa fui ver o último jogo em casa para o campeonato, contra o Sporting CP. Saúdo com agrado a guarda-de-honra com que os jogadores do Sporting CP receberam os campeões europeus. E também o desportivismo da claque oficial das modalidades do Sporting - algo que não conseguem ensinar à claque principal, que foi para o pavilhão para provocar. Foi o tipo de jogo que conquista adeptos para a modalidade, a equipa do Sporting CP mostrou que merecia evitar a despromoção e a do SL Benfica tentou sempre jogar bonito para brindar os adeptos com uma grande exibição; foi conseguido e com vitória por 10-4. Ambas as equipas mereceram e levaram aplausos no final. Congratulo o Sporting CP pela permanência; o ambiente que tem um jogo com o Sporting CP não se consegue normalmente contra o HC "os Tigres" de Almeirim, tem muita piada ir para o pavilhão gritar aos adeptos do Sporting CP "vais para a segunda", mas tem mais piada fazê-lo todas as épocas. Foi a despedida do Ricardo Silva, que nem sempre agradou a todos, mas a meu ver foi sempre mais o que fez de bom que o que não conseguiu fazer bem. O Luís Viana esteve, mais uma vez, brilhante e marcou 5 golos, o comportamento soou a despedida dos adeptos, espero que não se concretize; não é fácil arranjar jogadores de área como ele e Ricardo Pereira. Parece também que vamos ficar sem o treinador campeão europeu, lamento, os que ganham o que ele ganhou são de manter.

OBRIGADO E PARABÉNS CAMPEÕES!

(Cliquem sobre as imagens para ver as animações, produzidas pelo user Darkboy do fórum Serbenfiquista. Frases em itálico têm ligação para vídeo.)