Depois da vitória na primeira mão por 3-0 contra o GS Porto Robur Costa (Ravenna), o SL Benfica voltou a conseguir o melhor resultado da sua história ao vencer em Itália por 3-2, isto depois de estar a perder por 2-0 em dois sets equilibradíssimos perdidos pela margem mínima. Em grande destaque neste jogo esteve Hugo Gaspar que obteve 22 pontos e foi muito referido no site da CEV. Após a obtenção do 2-2 e com a qualificação já conseguida, o treinador José Jardim colocou os jogadores suplentes para o quinto set e mesmo assim a equipa saiu vencedora do set com alguma facilidade, isto também foi uma demonstração de força da equipa. Com mais esta vitória correram-se todos os adversários a 6-2 e aumentou-se o recorde do SL Benfica para 8 vitórias consecutivas em jogos das competições da CEV - um número que fica apenas uma vitória aquém do recorde nacional do SC Espinho entre 2001 e 2002.
A competição
A CEV Challenge Cup é a terceira competição europeia (C3), segue a CEV Champions League (C1) e a CEV Cup (C2). Já li disparates como comparar as competições europeias de voleibol com as de futebol (que é sempre a bitola de comparação), chegando-se ao ponto de dizer que a Taça Challenge equivaleria à antiga Taça Intertoto, à antiga Taça das Taças ou à actual Liga Europa, nenhuma delas faz sentido. Não pode ser equiparável à Taça Intertoto porque essa prova não era mais que uma fase de qualificação para a Taça UEFA, tendo vários vencedores, a Taça Challenge da CEV é uma competição europeia a sério, não é uma prova de pré-época nem serve de qualificação para outra prova. A Taça das Taças era uma competição para vencedores de Taças nacionais, a Taça Challenge é uma competição em que entram vencedores de Taças nacionais, campeões nacionais e equipas de topo das ligas nacionais. A Liga Europa da UEFA é a competição que mais se assemelha à Taça Challenge, mas a Liga Europa é a segunda competição europeia, enquanto a Taça Challenge é a terceira, a Liga Europa recebe equipas eliminadas da Liga dos Campeões da UEFA, enquanto a Taça Challenge recebe equipas eliminadas da Taça CEV (que por sua vez recebe equipas eliminadas da Liga dos Campeões da CEV). Além de que nas competições da CEV os campeões nacionais não têm todos direito a entrar na principal competição, depende do ranking, por exemplo o SL Benfica, campeão nacional, apenas pode entrar na terceira competição.
As competições de clubes da CEV também não têm equivalência com as da EHF, que são outro termo de comparação devido a terem os mesmos nomes nas competições mas, a Taça Challenge da CEV difere da Taça Challenge porque na CEV nunca existiram mais que 3 competições, desde a criação da Taça Challenge (na altura Taça CEV) esta sempre foi a terceira competição europeia, a Taça Challenge da EHF quando foi criada (como Taça das Cidades) era a quarta competição e apenas há 3 épocas passou a ser a 3ª competição, quando se deu a fusão entre a Taça EHF e a Taça dos Vencedores de Taças da EHF, o que levou à participação de menos clubes nas competições da EHF. Contudo, a principal diferença é que na Taça Challenge da CEV podem participar equipas de todas as Federações filiadas, na Taça Challenge da EHF as equipas dos primeiros 6 países do ranking de clubes não podem participar na competição, logo esta é restricta a clubes de menor dimensão.
Este ano participaram nas competições europeias 91 clubes assim distribuídos:
Liga dos Campeões da CEV (anterior Taça dos Clubes Campeões Europeus)- 28 clubes (4 eliminados na fase de grupos jogam a Challenge Round da Taça CEV contra os vencedores dos quartos-de-final desta competição);
Taça CEV (antiga Taça das Taças e Taça dos Clubes de Topo) - 32 clubes (os 16 eliminados da primeira eliminatória desta competição jogam os desasseis-avos-de-final da Taça Challenge; recebe 4 clubes da Liga dos Campeões após os quartos-de-final);
Taça Challenge da CEV (antiga Taça CEV) - 31 clubes (recebe mais 16 clubes da Taça CEV).
Em 2000/01 foi criada a Liga dos Campeões e a Taça dos Vencedores de Taças foi reformulada como Taça dos Clubes de Topo.
Em 2007/08 a Taça dos Clubes de Topo passou a chamar-se Taça CEV e a antiga Taça CEV passou a chamar-se Taça Challenge (sim, esta decisão parva foi tomada!).
Em 2007/08 a Taça dos Clubes de Topo passou a chamar-se Taça CEV e a antiga Taça CEV passou a chamar-se Taça Challenge (sim, esta decisão parva foi tomada!).
A valia do adversário das meias-finais
As equipas italianas têm sido as grandes dominadoras das competições europeias, venceram cerca de 46% de todas as (132) edições já disputadas (contando com a CEV Champions League desta época, que terminou com a vitória da equipa russa do Zenith Kazan):
- C1 - 56 edições - 18 vitórias - 32 finalistas - as equipas russas, recentemente, voltaram a tomar a supremacia desta competição com 20 vitórias (26 finalistas);
- C2 - 42 edições - 18 vitórias - 28 finalistas - seguem-se as equipas russas com 7 vitórias e 9 finalistas - a final desta época será disputada entre uma equipa russa e uma equipa italiana;
- C3 - 34 edições - 25 vitórias - 40 finalistas.
- C1 - 56 edições - 18 vitórias - 32 finalistas - as equipas russas, recentemente, voltaram a tomar a supremacia desta competição com 20 vitórias (26 finalistas);
- C2 - 42 edições - 18 vitórias - 28 finalistas - seguem-se as equipas russas com 7 vitórias e 9 finalistas - a final desta época será disputada entre uma equipa russa e uma equipa italiana;
- C3 - 34 edições - 25 vitórias - 40 finalistas.
No campeonato do mundo de clubes os clubes italianos venceram 8 das 10 edições disputadas.
Nesta competição, em que o SL Benfica eliminou uma equipa italiana, as equipas italianas venceram cerca de 71% das edições (já contando a actual que não podem ganhar).
Participaram este ano nas competições da CEV 5 equipas italianas, 3 na Champions League, 1 na CEV Cup e 1 na Challenge Cup; as 3 primeiras foram semifinalistas da liga italiana da época passada, o participante da CEV foi apurado na Taça de Itália e o GS Porto Robur Costa (Ravenna), apesar de ter sido 9º classificado e falhado a qualificação para os play-off do título, venceu a eliminatória (no mesmo formato do play-off) jogada entre todas as equipas que ainda não estavam qualificadas para as competições europeias. Portanto, ganhou o direito desportivo de ser a quinta equipa italiana nas competições europeias. Este ano, a equipa encontra-se no sétimo lugar, estando em posição de acesso aos play-off.
Esta foi a primeira vez que uma equipa portuguesa eliminou uma equipa italiana em competições da CEV, foi também a primeira vitória em casa e a primeira vitória fora, até agora os melhores resultados eram derrotas por 2-3 em casa (de GC Esmoriz, GC Câstelo da Maia e SC Espinho) e 1-3 fora (de SC Espinho). Note-se que não consegui apurar o resultado do jogo do FC Porto em casa contra a equipa italiana em 1976, no entanto, a vitória do clube português seria um feito bastante registado, tendo em conta o historial das equipas de ambos os países e mesmo do FC Porto, que apesar das muitas participações que teve em competições da CEV não lhe encontrei nenhuma vitória. O registo de equipas portuguesas contra equipas italianas, antes desta eliminatória, estava em 0-18 (com apenas 11 sets conquistados).
Resultados das equipas portuguesas contra equipas italianas nas competições da CEV, sem referência às equipas adversárias nem a datas concretas, pois não são dados relevantes:
TCCE |
1968
| AE IS Técnico | 0-3 | 0-3 |
TCCE |
1976
| FC Porto | 0-3 | ? |
TCCE |
1981
| Leixões SC | 0-3 | 2-3 |
CEV |
1986
| GC Esmoriz | 0-3 | 0-3 |
CEV |
1988
| AA São Mamede | 0-3 | 0-3 |
TVT |
1992
| Sporting CP | 0-3 | 0-3 |
CEV |
1997
| SC Espinho | 1-3 | 1-3 |
TVT |
1998
| GC Câstelo da Maia | 1-3 | casa |
TCCE |
1999
| SC Espinho | 2-3 | casa |
TVT |
2000
| GC Câstelo da Maia | 2-3 | casa |
TTC |
2006
| GC Esmoriz | 0-3 | neutro |
É ainda importante referir o historial deste clube que é sucessor do Porto Ravenna Volley que conseguiu vencer 1 Campeonato do Mundo, 3 Ligas dos Campeões, 1 Taça CEV (actual Challenge) e 2 Supertaças europeias. Depois de uma crise económica no ano de 2000 cedeu o seu direito desportivo a participar na Série A e voltou apenas na época 2009/10, foi com a fusão com o GS Robur Angelo Costa que se chegou ao objectivo de chegar à Série A e devolver a glória ao voleibol de Ravenna.
O maior feito
Este é, sem dúvida, o maior feito do voleibol Benfiquista, no entanto, não é o maior feito do voleibol de clubes a nível nacional, nem que o SL Benfica vença a competição - ao contrário do que já li. Esta foi a quinta presença de uma equipa portuguesa em meias-finais europeias, depois das duas do GC Câstelo da Maia e das duas do SC Espinho, todas na segunda competição mais importante, enquanto o GC Câstelo da Maia foi eliminado em ambas, o SC Espinho qualificou-se para a final da primeira Taça dos Clubes de Topo em 2000/01 e venceu-a, qualificou-se também para a final da época seguinte. Essa vitória do SC Espinho é o maior feito de clubes portugueses em competições europeias - já encontrei quem a quisesse desvalorizar porque não participaram equipas italianas na prova, no entanto, a estrutura das competições europeias desse ano assim o proporcionou, mas a Taça dos Clubes de Topo não deixou de ser justamente a segunda competição europeia de clubes, com tanto mérito para o vencedor como qualquer outra:
- na Liga dos Campeões participaram 16 equipas de 12 países, os quatro primeiros países do ranking colocavam 2 representantes;
- nas 2 principais competições europeias de clubes cada país foi representado no máximo por 2 equipas, a Itália, a França, a Alemanha e a Grécia atingiram esse número na Liga dos Campeões;
- na Liga dos Campeões participaram 16 equipas de 12 países, os quatro primeiros países do ranking colocavam 2 representantes;
- nas 2 principais competições europeias de clubes cada país foi representado no máximo por 2 equipas, a Itália, a França, a Alemanha e a Grécia atingiram esse número na Liga dos Campeões;
- participaram 41 clubes de 29 países;
- a vitória do SC Espinho terminou com uma final contra a segunda equipa russa (a primeira participou na Liga dos Campeões);
- com o alargamento da Liga dos Campeões a equipa a quem o SC Espinho ganhou na final jogaria nos dias de hoje na Liga dos Campeões (onde só participaram 16 equipas).
Talvez, individualmente, a vitória do SC Espinho na final contra a segunda equipa russa (que não representava um dos 4 primeiros países do ranking) não seja tão importante como vitória do SL Benfica em Itália contra o quinto representante italiano (primeiro do ranking), essa questão já é mais complicada, mas a vitória do SC Espinho não tem por onde ser desvalorizada.
O adversário da final
O próximo adversário do SL Benfica, o OK Vojvodina de Novi Sad (secção de voleibol do SD Vojvodina), é um dos maiores clubes sérvios (assim como já era no tempo da Jugoslávia e da Sérvia Montenegro). Foi o vencedor do grupo do SL Benfica na Taça de Equipas de Topo na última presença do SL Benfica nas competições europeias (em 2005/06), na altura este adversário venceu 2-3 em Lisboa e 1-3 em Novi Sad, ficou também em segundo lugar do grupo do SC Espinho quando este venceu a Taça dos Clubes de Topo.
Como medida do valor deste adversário temos os resultados do SL Benfica e do GS Porto Robur Costa (Ravenna) contra equipas sérvias; o SL Benfica já esta época eliminou o líder invicto do campeonato sérvio com um duplo 3-1 (o OK Partizan, secção de voleibol do JSD Partizan), o GS Porto Robur Costa (Ravenna) eliminou o OK Crvena Zvezda (secção de voleibol do SD Crvena Zvezda, conhecido como Estrela Vermelha em português), segundo classificado do campeonato sérvio, por 2-3 e 3-0. O OK Vojvodina (Novi Sad) ficou em 3º lugar da fase regular com 4 derrotas, mais uma que o VK Crvena Zvezda, todas estas equipas estão já qualificadas para as meias-finais do campeonato.
Estes resultados apontam claramente para o favoritismo do SL Benfica nesta final, ao contrário do que apontavam na meia-final, até porque disputa a primeira mão fora (a 8 de Abril) e disputa a segunda mão em casa (a 12 de Abril), aquela onde se pode jogar um golden set decisivo. Claro que os favoritismos de nada valem, especialmente em finais, as vitórias conquistam-se com o trabalho demonstrado nos jogos. No entanto, esta equipa do SL Benfica tem demonstrado uma força psicológica que faz jus à sua qualidade técnica, guiando os adeptos para uma grande onda de confiança nesta equipa.
Estatística do jogo: aqui.
Resultado: 23-25 25-27 25-20 25-18 15-10
Resumo do jogo:
Adeptos na final
É sabido que na altura das finais há sempre mais benfiquistas, espero que o SL Benfica saiba premiar aqueles que acreditam sempre nas equipas e contribuem com o seu apoio para o sucesso das equipas. Esta época apenas me lembro de um jogo em que os adeptos com quota das modalidades (aqueles que contribuem todo o ano para as modalidades) foram premiados, como deveriam ser sempre, com a venda de bilhetes com antecedência em relação aos outros sócios. É um privilégio que deviam ter como adquirido. Neste momento aparecem adeptos que só agora souberam que o SL Benfica participava nesta competição e se a organização não for a correcta podem "roubar" lugares a adeptos que assistiram a todos os jogos, como eu que fui assistir a todas as eliminatórias! É de esperar algum bom senso por parte dos responsáveis do SL Benfica para não oferecerem bilhetes a escolas quando os benfiquistas conseguem perfeitamente encher mais que a capacidade do pavilhão nº 2, um erro que aconteceu na meia-final e tivemos que assistir a sectores com pouco entusiasmo perante uma tão importante meia-final europeia. A meu ver, o jogo até poderia ser na Praça de Touros do Campo Pequeno que tem maior capacidade e boas condições para os adeptos.
Que as decisões do SL Benfica sejam as melhores para os seus adeptos!
Ou seja o feito do Espinho é desvalorizado perante o do Benfica. É sempre a mesma histórias, só vocês tem mérito os outros nada.
ResponderEliminarEu creio que o senhor não sabe ler ou não compreende o que lê. Que parte do texto lhe diz que o feito do SC Espinho é desvalorizado?
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